REGISTROS DA ABERTURA DA EXPOSIÇÃO COLETIVA 16 de novembro de 2018: Sobras do cotidiano, meio ambiente, deslocamentos, poéticas de resistência.
Curadoria Alice Monsell e Mara Nunes
VISITAÇÃO DE 16 DE NOVEMBRO A 16 DE DEZEMBRO DE 2018
Bate papo com os artistas no dia 8 de dezembro de 2018:http://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2018/12/07/bate-papo-com-os-artistas-da-exposicao-sobras-do-cotidiano/?fbclid=IwAR35mED8ev9CW1iFkdCNiLdqBSDHCEzuIX38ZrXaG9IIaME_fSckF9OyO2s
Curadoria Alice Monsell e Mara Nunes
VISITAÇÃO DE 16 DE NOVEMBRO A 16 DE DEZEMBRO DE 2018
Bate papo com os artistas no dia 8 de dezembro de 2018:http://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2018/12/07/bate-papo-com-os-artistas-da-exposicao-sobras-do-cotidiano/?fbclid=IwAR35mED8ev9CW1iFkdCNiLdqBSDHCEzuIX38ZrXaG9IIaME_fSckF9OyO2s
A exposição coletiva Sobras do Cotidiano, meio ambiente, deslo..c..c...amentos, poéticas de resistência, no Hello Hostel Pelotas, em parte, é uma consequência de seis anos de uma pesquisa que objetiva fomentar a reflexão crítica sobre o uso de materiais reaproveitados na produção de arte contemporânea.
As obras nesta mostra também pensam nossa tempo e fornecem, de um modo ou outro, gestos de resistir à entropia geral.
A exposição reune artistas e pesquisadores que, nos últimos anos, colaboraram e se envolveram com o projeto de pesquisa Sobras do Cotidiano e da Arte entre 2012 e 2018.
Ao reutilizar materiais como embalagens plásticas, jornais, sobras de madeira de árvores queimadas, ou ao escolher uma matéria de segunda mão, sustentável e reciclada. Assim, as produções poéticas resistem à lógica do consumo que desgasta o meio ambiente; apoiam modos de pensar e fazer a arte que, simultaneamente, cuidam da terra, do corpo e das relações de afeto.
Além de reutilizar e reaproveitar materiais em suas construções e suportes, as obras visualizam suas táticas de resistência em imagens, fotografias, pinturas, assemblagens, colagens e esculturas, e materializam um pensamento crítico, poético e ético ao imaginar modos de praticar uma arte de manutenção* (citando o termo da artista Mierle Laderman Ukeles) durante caminhadas e ações de limpeza no espaço público.
Ao cultivar, perceber e se delocar nos espaços urbano, rural e global, a casa e no entorno local, podemos questionar como as práticas de nosso dia a dia afetam o meio social-ambiental-mental em que vivemos (aludindo à ecosofia em Félix Guattari). Assim perguntamos, o que sobra do cotidiano?
O que sobra é a obra, um sopro, um desejo de andar numa praia sem resíduos tóxicos ou microplásticos; uma vontade de resistir a entropia de nossos próprios ações, caminhar e respirar ar fresco.
a vernissage 16 de novembro de 2018
Os caminhos do lixo, Alice Monsell, 2012... - 2018 (obra em andamento). Proposta de instalação de desenhos e registros fotográficos de caminhadas em Pelotas e Rio Grande, RS.
As caminhadas foram feitas junto com membros do Grupo de Pesquisa Deslocamentos, observâncias e cartografias contemporâneas, entre 2012 e 2018.
Entre os artistas e colaboradores com quem caminhei para observar e registrar o lixo:
Caminhada com Lica e Alice durante a greve dos Lixeiros do Centro de Artes até a Casa da Árvore;
Caminhada com Chico nos tapumes e na volta do ICH/UFPel, Centro (zona do Porto), Pelotas
Caminhada e limpeza de jardim com Chico na Rua Tamandaré e até o Centro levando as sobras numa balde com rodas e tentando achar um local para efetuar o descarte adequado.
Caminhada e Ação de Limpeza em Marambaia com Bruno, Chico, Alice, Paulo e Carol;
Caminhada e Ação de Limpeza Laranjal I com Bruno, Chico, Maíra, Alice, Mara entre outros; caminhada com Pablo na rua Gomes Carneiro até a Reitoria Anglo e de volta para o Centro de Artes da UFPel;
caminhada com Mara, Alice e Chico na Conde de Porto Alegre e entorno observando a quantidade de árvores cortadas e tocos;
Caminhada com Bruno, Alice e Chico na Conde até o Porto observando o trânsito de toras e os tocos cortadas ao longo da rua Conde de Porto Alegre e registrando o canal São Gonçalo antes de ser coberto por muros de cimento;
Caminhada e Ação de Limpeza Laranjal II com Mara, Alice, Rafael e Rogger, Caminhada;
Ação de Limpeza de Laranjal III com Gabriela, Rogger, Patrícia, Mara, Alice, Mário e Eduardo.
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Detalhe: Os Caminhos do Lixo de Alice Monsell.
A instalação Os caminhos de lixo pretende propor um deslocamento no corredor do hostel e um deslocamento do olhar do observador que pode transitar pela horizontalidade da montagem que também sobe e desce, vira ao redor de cantos e colunas, modo de reativar a sensação de se deslocar no espaço e recriar a sensação de estar andando de um lugar para outro, que de fato acontece neste percurso estreito dentro do hostel.
Saudações da praia do Laranjal, Alice Monsell, três fotografias com inserções fotográficas digitais - fotomontagem, impressão a laser sobre papel reciclado 240, 2018.
Este trabalho foi elaborado a partir de registros da Caminhada e Ação de Limpeza Laranjal III, realizada em abril de 2018. As obras estão em exposição no presente momento na exposição itinerante Agua Essencia da Vida, coordenada pela Associação Chico Lisboa de Porto Alegre, RS.
Caminhos do lixo. Óculos achados durante caminhadas no Centro de Pelotas.
Sobras do corpografia II. fotografia com impressão a laser sobre papel reciclado 240, com recorte e colagem de embalagem plástica, 2018.
Na imagem (acima) se nota duas fotografias. A do meio, mais centralizada recebeu uma inserção física no lugar da figura com recorte e colagem fisica de uma embalagem mole de um pacote de chips. O trabalho foi elaborado a partir de registros da Caminhada e Ação de Limpeza Laranjal III, 2018.
Caminhos do lixo, Caminhada na rua Conde de Porto Alegre.
Os caminhos do lixo.
impressão a laser sobre papel reciclado, desenho sobre papeis velhos, rasgados ou doados, 2017 (desenho na faixa central sobre isopor) e 2018 (de cima)
Os registros fotográficas e os desenhos aqui recordam momentos de três caminhadas onde eu e mais uma pessoa - Lica, Pablo ou Chico - caminhamos. Andamos ao longo de várias ruas na zona do Porto de Pelotas e no entorno da Reitoria do Anglo da UFPel, Pelotas, RS.
Os desenhos, por vezes, são elaborados a partir de múltiplas fotografias e formam um tipo de "desenho-assemblagem" ou são versões gráficas de uma unica foto.
Sobras de isopor de embalagens são utilizadas para suspender os desenhos do contato direto com a parede.
Cartões postais da Mara Nunes que ficam na parede oposta.
Fotografias do projeto de pesquisa no Mestrado em Artes Visuais do Centro de Artes da UFPel que imvestiga as marcas da destruição em Barro Duro/Balneário dos Prazeres, Laranjal, Pelotas, RS , Mara Nunes, 2018.
O deslocamento na orla da Lagoa dos Patos faz parte do processo de criação das imagens que foram tiradas durante caminhadas em Barro Duro e as várias praias do Laranjal em Pelotas, RS. Alguns das fotos registram ações coletivas do projeto de pesquisa Sobras do Cotidiano e da Arte do Grupo de Pesquisa DeslOCC entre 2016, 2017 e 2018, respectivamente: Caminhada e Ação de Limpeza em Laranjal I , II e III de 2016, 2017 e 2018.
Todos são fotografias com impressão digital sobre suporte de material sustentável, 2,10 cm c 29,7 cm:
As imagems de cima, da esquerda para a direita.
Mara Nunes, Figueira: Balneário dos Prazeres, 2018.
Mara Nunes, Figueiras Queimadas: Balneário dos Prazeres, 2018.
Mara Nunes, Série Marcas de destruição: Balneário dos Prazeres, 2018.
Mara Nunes, Marcas da Destruição II: Balneário dos Prazeres, 2018.
Mara Nunes, Voçoroca: descida da Rua Três Passos, Balneário dos Prazeres, 2018.
Mara Nunes, Lagoa Plástica, 450 anos: Balneário dos Prazeres, 2018.
Mara Nunes, Garrafa Pet 400 anos: Balneário dos Prazeres,2018.
Imagens em baixo, da esquerda para a direita.
Mara Nunes, Desassossego: Balneário dos Prazeres, 2018.
Mara Nunes, Consciência: Balneário dos Prazeres, 2018.
Mara Nunes, Registro da Caminhada e ação de limpeza no Laranjal I, 2018.
Mara Nunes, Tempo: Balneário dos Prazeres, 2018.
Mara Nunes, Registro da Caminhada e ação de limpeza no Laranjal II, 2018.
Mara Nunes, Descartados: Balneário Santo Antônio. Caminhada e ação de limpeza no
Laranjal, 2018.
Mara Nunes, Coleta: Balneário dos Prazeres, trilha realizada pelos organizadores do
Curso de Multiplicadores Ambientais-SANEP, 2018.
As fotografias mostram a
destruição por meio da erosão e do descarte inadequado no Barro Duro, Laranjal,
Pelotas, na Lagoa dos Patos, RS e são produções da poética visual de Mara
Nunes desde 2016. Algumas destas imagens foram apresentadas em modos diversas, inclusive na forma de
cartões postais (12 cm x 18 cm) que também fazem parte da presente exposição
coletiva.
Sem título, fotografia, Chico Furtado, 29,7 cm x 21,0 cm, 2018. |
A esquerda, na coluna, fotografia de Chico Furtado. Aà direita, detalhe da obra de Mara Nunes, escultura e fotografia.
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Instalação de Patrícia dos Santos, 2018.
Para
Lembrar, Patrícia dos Santos, sobras de madeira de embarcações, cabo náutico, garrafas de
vidro e mensagens, fotografias, e proposições (dentro das garrafas). Dimensões variadas, 2018.
Os trabalhos acontecem
a partir de um deslocamento nas margens de regiões litorâneas e portuárias,
onde são coletadas resíduos de madeiras
de embarcação, garrafas de vidro e redes de pesca que se apresentam nas margens
das lagoas, praias e até alguns depósitos de lixo próximo a regiões portarias
de Pelotas.
Podendo derivar da
escultura para a pintura, de objeto à
instalação, as obras trazem uma memória de família , em algumas cores,
fraturas, e desgastes. Todo material
usado no trabalho foi reaproveitado.
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Detalhe instalação de Patrícia dos Santos, 2018
Cavalo comendo lixo, Gustavo de Campos, fotografia em impressão digital a laser sobre papel reciclado 240, 2018
Cavalo jogado no lixo, Gustavo Cabra, fotografia em impressão digital a laser sobre papel reciclado 240, 2018
D
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Na abertura, expositores: Eduardo Toledo, Gustavo Cabra, Mara Nunes e Rita Rickes. |
Escultura de Mara Nunes, 2018. |
Detalhe escultura parietal, Mara Nunes, 2018. |
Na abertura, os expositores: Alice Monsell, Eduardo Toledo, Rogger Bandeira, Mara Nunes e Rita Rickes. |
Escultura, Mara Nunes. |
Paisagem cotidiana para camuflagem em dias cinzentos, 2018. Proposta de pintura de Duda Gonçalves. |
Paisagens cinzentas em dias propícios para olhar e ler I I, 2018. pintura, Duda Gonçalves. |
Paisagens cinzentas em dias propícios para olhar e ler I, 2018. pintura, Duda Gonçalves. |
No centro, uma das expositoras, Patrícia dos Santos na vernissage, dia 16 de novembro de 2018.
Partitura da performance as sobras da violência, Alice Monsell, 2018.
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Parte de uma instalação de desenhos com ninho de Mario Schuster.
Desenho, Mario Schuster, 2018 |
Natureza Morta, instalação de desenhos e objetos de Eduardo Toledo, 2018. |
Detalhe desenho com objeto, Eduardo Toledo, 2018. |
A instalação foi apresentada dentro da cozinha do Hostel junto com outras propostas que inclui embalagens de alimentos. Á direita, Eduardo Toledo.
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Outra obra apresentada na cozinha, um quadro de embalagens de Rogger Bandeira, objeto pictórico-assemblagem. Autorretrato, 65x55x15cm, Embalagens tipo caixas de papelão, assemblage. 2018. |
Três propostas de Gabriela Kacelnikas. Mudança 1, Mudança II (caixas de papelão, cola e plástico) e Cores da rua (colagem com recortes de embalagens achadas na rua) com montagem de empilhamento parietal, 2018. |
Biometria Biográfica, escultura proposta por Helene Sacco, empilhamento de objetos da vida da artista, 2018 |
Biometria biográfica de Helene Sacco, 2018.
A Biometria biográfica da Helene, um trabalho sob medida?
Sobre a vida?
Sobre o usado?
Sobra significado e também rima! .
- Eliça Lesmon, 2018
Na abertura brincadeiras com o trabalho de Helene Sacco. Alunos discutindo os objetos no trabalho de Helene Sacco. |
Alice Monsell, Sobra da casa de Alice, dispositivo de ação artistica em andamento desde 2012. |
Gustavo Cabra com seu Jardim do Sofoco, feita de milhares de bitucas de cigarro catados na rua no entorno do Centro de Artes da UFPel. A instalação também inclui flores feitas de caixas do maço de cigarros. |
Jardim do Sufoco, bitucas, 2018 |
O local da instalação de Gustavo Cabra é o espaço para fumantes no hostel. Na parede, flores de maço de cigarro.
Jardim do Sufoco, Gustavo Cabra, bitucas de cigarro, embalagens maço de cigarro, cola quente, cola, verniz acrilico spray, aproximadamente 1,0 m x 1,0 m, 2018.
Sobre a proposta:
É muito
incomum andar pelas ruas de qualquer cidade do Brasil sem encontrar bitucas de
cigarros pelo chão. As pessoas possuem o hábito de fumar e quando o cigarro
chega ao “fim” descartam as bitucas sem
se importar com a poluição, eu mesmo fiz isso durante 4 anos da minha vida.
Nesse período quantos cigarros eu ja fumei todos os dias e quantas bitucas já
não descartei pelas ruas ? comecei então a reparar mais nas nossas pequenas
sobras de lixo do dia a dia e vi o grande volume de bitucas que são descartadas todos os dias na rua e ao
calcular isso percebo que o número é muito maior do que eu sequer imaginava, se
considerarmos que fumei um maço de
cigarro por dia, durante esses 4 anos daria um total de 29,200 cigarros fumados,
a maioria descartados na rua, e isso é o que somente uma pessoa dentre milhares
que possuem o hábito de fumar produziu, só no Brasil são 7,1 milhões de
mulheres e 11,1 milhões de homens (http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2017/04/Numero-de-fumantes-no-pais-diminuiu-nos-ultimos-25-anos), isso me
leva a pensar sobre como as pessoas nem se quer refletem sobre os danos
colaterais de seus próprios atos, pensando nisso farei uma proposição na qual vou usar
bitucas descartadas nas proximidades dos Hostel que eu vou coletar durante os
dias que antecedem a montagem, para criar uma espécie de revestimento,
colando-as na parede e no chão de forma organizada, no meio dessa “superfície”
colocarei uma flor com formato de pulmão também feita com bitucas. As pessoas
vão poder coletar e trazerem essas sobras e assim construir a obra ao longo da
exposição (não tenho certeza das dimensões pois tudo depende da quantidade
encontrada na hora) . A intenção disso tudo e chocar as pessoas, principalmente
os fumantes, com a quantidade de lixo que é produzido num curto período de
tempo e num pequeno espaço. O cheiro dessa montagem é algo que também me
interessa pelo fato de ser um espelho daquilo que já foi consumido, assim
tentar fazer com que pensem no erro que é descartar bitucas na rua.
Dono de luva
perdido. Alice Monsell, 2013 Desenho
com pastel, lápis e caneta esferográfica e papéis velhos, com formato de cartaz para achar
cachorro perdido.
Cartaz feito para achar o dono da luva perdido. O dono foi localizado em 2016 com a ajuda deste facebook online: |
Mesa para leitura de Dissertações da Clau Paranhos, Gracia Casaretto Calderón e Diogo Gonçalves. (durante montagem). |
Cultivando novas práticas de trazer o próprio copo para a abertura e prevenir o descarte desnecessário. Os organizadores do evento levaram seus copos de casa. |
Na abertura, expositores Alice Monsell, Gabriela Kacelnikas, Gustavo Cabra. |
Na abertura, dia 16 de novembro de 2018, Hello Hostel Pelotas, RS. |
17 DE NOVEMBRO, a destruição do jardim do Sufoco, improvisação de uma performance.
Um dia depois da vernissage um tempestade forte inundou o local da instalação de cigarros de Gustavo de Campos. |
instalação localizada na area de fumante do Hostel. |
A destruição da obra foi videografado, a ser apresentado durante um bate papo no final de semana, dia 8 ou 9 de dezembro. |
desmontagem de uma instalação. Jardim do Sufoco Reportagens Sobre a montagem SOBRAS DO COTIDIANO, meio ambiente, deslocamentos, poéticas de resistência. Cartões postais da Mara Nunes foram colocados nas portas de vidro no Hostel para ler os dois lados do cartão. Os cartões postais do grupo estão espalhados em todos os vidros do hostel e foram feitas a partir de caminhadas do grupo em Laranjal durante ações de limpeza. |
Experimentação com montagens |
Mesa com dissertações da Gracia Casaretto Calderón, Clau Paranhos e Diogo Gonçalves, durante a montagem. O trabalho Mara Nunes também é apresentada Paisagem interrompida, múltiplo, impressão digital. |
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