Dua s s obras muito velhas emergem das margens
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O que sobra do meu cotidiano?
As sobras do cotidiano e da arte.
Desenhos muito velhos, inéditos, nunca expostos até o convite do curador
da exposição Outras Margens,
Pellegrin. Proposta: escolher uma obra que está "engavetada"; algo que talvez não tenha relação com seu
processo de criação agora.
Mas este desenho acaba ganhando novo
sentido dentro da minha pesquisa atual no Centro de Artes da UFPEL “Sobras do Cotidiano e da Arte",
por ser algo engavetado por muito tempo. Estes desenhos são objetos que sobram
do meu cotidiano, do presente, do passado e do privado emergem e se tornam públicos durante a
exposição.
O papel canson velho e rasgado do
desenho "Matança de Porco"(1991) remete às coisas que acumulam em
nossas casas, aquilo que fica. São coisas para ninguém ver ou usar, até um dia,
são jogados fora ou simplesmente decompõem.
O reaproveitamento destes desenhos
muito velhos transforma seu propósito originário - uma proposta ligada à representação de
animais em processo de morte (e a meu ato de testemunhar uma matança de porco na zona
rural do Rio Grande do Sul; meu ato de presenciar a morte acidental de um “passarinho” que tentei
cuidar nos anos 80). O reaproveitamento dos desenhos, neste momento, os tira do limbo, cria nova potência e
sentido, possibilita sua circulação. O desenho
inútil por ser engavetado se transforma. Grafismo e manchas vivem no
olhar que toca as s-
obras.
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"Matança de Porco",
grafite sobre canson,
1991
inédito
"Passarinho"
nanquim aguada sobre canson,
1991, inédito.
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A exposição
Outras Margens na galeria A SALA:
Curadoria José Luiz de Pellegrin
A SALA-Galeria do Centro de Artes da UFPEL
Vivian Herzog
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