segunda-feira, 9 de março de 2015

2014 "Matança de Porco" e “Passarinho”, na exposição coletiva OUTRAS MARGENS, s-Obras guardadas por muito tempo.


 Dua s    s  obras muito velhas emergem das margens


    

O que sobra do meu cotidiano?

As sobras do cotidiano e da arte. Desenhos muito velhos,  inéditos, nunca expostos até o convite do curador da exposição Outras Margens, Pellegrin. Proposta: escolher uma obra que está "engavetada";  algo que talvez não tenha relação com seu processo de criação agora.

Mas este desenho acaba ganhando novo sentido dentro da minha pesquisa atual no Centro de Artes da UFPEL “Sobras do Cotidiano e da Arte", por ser algo engavetado por muito tempo. Estes desenhos são objetos que sobram do meu cotidiano, do presente, do passado e do privado emergem e se tornam públicos durante a exposição.

O papel canson velho e rasgado do desenho "Matança de Porco"(1991) remete às coisas que acumulam em nossas casas, aquilo que fica. São coisas para ninguém ver ou usar, até um dia, são jogados fora ou simplesmente decompõem.  

O reaproveitamento destes desenhos muito velhos transforma seu propósito originário  - uma proposta ligada à representação de animais em processo de morte (e a meu ato de testemunhar uma matança de porco na zona rural do Rio Grande do Sul; meu ato de presenciar a morte acidental de um “passarinho” que tentei cuidar nos anos 80). O reaproveitamento dos desenhos, neste momento, os tira do limbo,  cria nova potência e sentido, possibilita sua circulação. O desenho inútil por ser engavetado se transforma. Grafismo e manchas vivem no 
olhar que toca as s-
obras. 

"Matança de Porco",
grafite sobre canson, 1991
inédito
"Passarinho"
nanquim aguada sobre canson,
1991, inédito.
 
 



A exposição Outras Margens na galeria A SALA:
Curadoria José Luiz de Pellegrin
A SALA-Galeria do  Centro de Artes da UFPEL





Vivian Herzog    
 









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