Olhar ao sul, Mostra coletivo de arte, catalogo, 2024
Vista da instalação: Entre dois passarinhos: sobras e fluxos entre Laranjal e a casa.
Instalação de Alice Monsell na exposição coletiva OLHAR AO SUL, apresentada na sala de exposições Antônio Caringi do Casarão 2, Secretaria de Cultura da Prefeitura de Pelotas, Rio Grande do Sul (RS).
Os artistas foram selecionados por convite curatorial da artista e curadora independente Francis Silva.
Olhar ao sul, Mostra coletivo de arte, catalogo, 2024
Proposta apresentada em OLHAR AO SUL
Alice Monsell:
Título: Entre dois passarinhos: fluxos e sobras anaturais do Laranjal a casa.
instalação - composta de uma montagem, ou melhor, um conjunto de "formas de apresentação", de 14 obras distintas, (8 sendo inéditas de 2024): 7 desenhos, 3 moldagens escultóricas, 1 múltiplo, 2 inserções de adesivo em rótulo de garrafa, 2 fotomontagens-colagens. Outros materiais diversos incluem: tapume plástico, vidro, madeira, areia, isopor, plástico, papelão, cola, parafina, cadeiras, mesa, panfletos, cesta, lixo seco catado da praia do Laranjal em 2023, durante a ação: Ação de Limpeza no Laranjal 2023 (ver : Instagram: https://www.instagram.com/caminhadasperformativas/ ).
Dimensões variadas: extensão parietal aprox. 3 metros., área de chão aprox. 1,5 m x 3,0 m.
Ano de produção da instalação: 2024
SEGUEM FOTOGRAFIAS DAS 14 OBRAS INCORPORADAS NA INSTALAÇÃO:
1. Múltiplo (com duas formas de apresentação), 2024
Caminhodostocos-Olhar-do-sul
Múltiplo, elaborado a partir de desenho em grafite digitalizado e impresso a laser, 20 cópias (versão impresso e digital).
Forma de apresentação do múltiplo impresso na instalação: Os múltiplos foram distribuídos em mão e deixados numa caixa ao lado de uma cadeira de praia com cesta e panfletas turísticas de Pelotas. (ver fotos abaixo)
múltiplo inédito.
2024.
Relação com projeto de pesquisa: *Este múltiplo faz parte de uma proposta de arte online, a qual constitui o que se concebe como um "deslocamento virtual", dentro das questões abordadas no projeto de pesquisa Sobras do cotidiano e Contextos dx artista: Deslocamentos físicos e virtuais(PPGARTES/UFPel) do grupo de pesquisa DESL..O.C.C.
À direita: Múltiplos impressos azuis dispostos sobre um banco de madeira com découpage (elaborados usando um desenho em grafite de 2022, da minha autoria). À esquerda: Uma pilha de múltiplos impressos (elaborado com o mesmo desenho de 2022).
Forma de apresentação dos múltiplos impressos na instalação: Banco com découpage e caixa de papelão "oferecem" os múltiplos aos visitantes. Cadeira de praia situada à altura que facilite pegar e ler o múltiplo. Ao lado, uma cesta com panfletas turísticas de Pelotas e toalha de praia.
(Obs. Na instalação, objetos apropriados são índices do ambiente praiano ou doméstico, bem como elementos(dispositivos) de formas de apresentar desenhos, fotografias ou esse múltiplo impresso).
2. Desenho (2014)
Alice Monsell
Panoramambaia
Série: Os caminhos do lixo
desenho, lápis grafite sobre papel canson, montado sobre prancha de madeira na parede
Dimensões do desenho: 25 cm x 70 cm
Dimensões: Montagem do desenho sobre uma mesa de madeira, embaixo de vidro: 80 cm x 90 cm x 38 cm (ver fotos abaixo)
2014
5a Edição do desenho Panoramambaia.
Vista de cima da forma de apresentação nessa instalação:
O desenho Panoramambaia foi apresentado com orientação horizontal sobre uma mesa de madeira, com vidro e fita. Fotos Daniel Moura.
5a Edição do desenho:
Exposto na galeria A SALA em 2015 e em 2023 (com formas de apresentação diversas). Apresentado por meio de comunicação num Encontro de ANPAP.

Vista de parte da instalação de 2024
3. Moldagem escultórica (escultura), 2008.
Na foto acima, essa obra se situa no chão, atrás da mesa.
Este registro não é da exposição Olhar ao sul.
Reconstruindo o absolutamente inútil.
Escultura (Moldagem escultórica): Moldagem de papel (lixo seco) e cola (colagem/moldagem)
30 cm x 25 cm x 15 cm
2008
5a Edição:
Esta escultura foi exposta em muitas exposições coletivas ou individuais em Pelotas, Rio Grande, Porto Alegre e Montenegro desde 2008.
4. Desenho inédito 1990/2024
Pássaro morto 2
Desenho em grafite sobre papel com vidro, papelão, cadeira de madeira e fita.
Forma de apresentação: o desenho está apresentado sobre papelão e com vidro jateado e "sentado" numa cadeira antiga (cadeira de banqueiro).
Desenho inédito, produzido em 1990.
Produção: 1990/2024.
Desenho e sua forma de apresentação na instalação, inéditos:
O desenho foi realizado cerca 1990, mas nunca exposto. Para a instalação de 2024, foi elaborada a 'forma de apresentação' do desenho com nova recorte quadrado do suporte de papel, que foi montado sobre papelão, com uma sobra de vidro jateado, e disposto no assento de uma cadeira de banqueiro antigo, dentro da instalação.
* Observação sobre a data - Dentro da minha conceituação da "arte" e da "obra de arte", um desenho não é uma "obra acabada" sem sua apresentação pública e, portanto, sem ser elaborada e realizada sua "forma de apresentação" pública, o processo criativo do desenho permanece inacabado (ou em andamento) até sua exibição pública. (Essa observação se fundamenta em ideias e no termo "forma de apresentação" conceituado em artigos de Dr. Hélio Fervenza (pesquisador do CNPq 1966-2022).
Sobre a instalação e procedimentos de pesquisa em poéticas visuais:
*O procedimento de se apropriar e mostrar objetos como móveis antigos ou obras antigas que são objetos guardados na minha casa foi desenvolvido durante meu projeto de Doutorado como procedimento de "reaproveitamento" de materiais e da cultura material doméstico por meio da arte.
A "domesticação", operação artística utilizada na instalação, faz parte da minha poética visual e se refere a um conceito desenvolvido durante meu projeto de Doutorado. A "domesticação" é um conjunto de procedimentos que transformam um espaço que não é uma casa em espaço que parece uma casa, por meio da disposição de objetos e outros "índices domésticos". (Procedimentos táticos semelhantes criam a impressão visual de um ambiente praiano usando, por exemplo, o "deslocamento" (displacement) de detritos do Laranjal).
5. Desenho, 2017.
Foto Daniel Moura.
Alice Monsell
Bi waiser, Be wiser,
desenho, grafite, pastel, sobra de caderno Cotman e isopor
2017.
Foto Daniel Moura
Linha de pesquisa processos criativos e poéticas do cotidiano" e o descarte do lixo:
O desenho Bi waiser, Be wiser foi elaborado a partir de registros de lixo no Centro de Pelotas-RS, tirados durante uma caminhada, na época de uma greve dos garis em Pelotas, 2014.
Apresentação na instalação e relação com 'processos criativos e poéticas do cotidiano': A disposição desse desenho está disposta de cabeça para baixo e posta taticamente diretamente acima de um detrito encontrado na praia (trabalho 6 abaixo), ou seja, acima de uma garrafa da marca Budweiser, cujo logotipo está representado no desenho, (embora faltando algumas letas da embalagem desgastado, formando a palavra: "B....weiser". Usei o som deste fragmento da marca para criar um homófono com o título 'bilíngue': Bi waiser, Be wiser. A brincadeira com rótulos e sons faz parte do do processo de criação em torno do valor de objetos (seja lixo, objeto de uso ou obra de arte) que me levou a querer criar um titulo capaz de comentar poeticamente sobre o descarte do lixo, por meio do som da palavra, que traduzida significa: "bi waiser" = "esteja mais esperto".
6. Inserção, 2024, inédita.
Inserção em rótulo de garrafa do Laranjal 1 - Bi waiser.
Desenho impresso em adesivo com recorte e inserção em rótulo de garrafa de vidro (detrito praiano).
obra inédita
2024
Apresentação do trabalho: Inserção em rótulo de garrafa do Laranjal 1 - Bi waiser tem uma disposição no chão da instalação sobre tapume, posicionado embaixo do desenho Bi Waiser, Be wiser. Foto: Daniel Moura.
7. Inserção, 2024, inédita.
Inserção em rótulo de garrafa do Laranjal 2-Candiota
Desenho impresso na forma de adesivo com recorte e inserção em rótulo de garrafa plástica PET (detrito coletado na praia de Laranjal).
obra inédita
2024
Apresentação do trabalho na instalação: Disposição no chão sobre tapume.
8. & 9. Dois desenhos de 1987 e forma de apresentação na instalação.
Foto: Daniel Moura
Sem título.
Dois desenhos em bico de pena (nanquim) sobre papel Bristol, prancha de madeira velha.
Dimensão de cada desenho: 19 cm x 23 cm
Dimensões com montagem sobre madeira: 24,5 cm x 79 cm.
Forma de apresentação dos desenhos é de 2024: Desenhos montados sobre uma prancha de madeira de um móvel antigo com furos e desgaste.
Ano de produção dos desenhos: 1987.
2a Edição:
Estes desenhos foram expostas anteriormente em exposições em Pelotas.
O desenho à esquerda (detalhe abaixo) ganhou uma menção do júri no 5o Salão de Pelotas da Prefeitura em 1987.

Detalhe de desenho a bico de pena, nanquim sobre papel, 1987. Este é um de três desenhos selecionados para o 5o Salão de Pelotas da FUNDAPEL, realizado em novembro de 1987 no Vestíbulo da Prefeitura de Pelotas, Pelotas, RS. Obra premiada em 1987: Menção do júri, 5o Salão de Pelotas da FUNDAPel da Prefeitura de Pelotas, RS.
Foto: Daniel Moura.
10. Desenho, 1990/2024, inédito.
Foto: Francis Silva
Foto: Daniel Moura
Pássaro morto 1.
Desenho, nanquim aguada sobre duas folhas de papel canson
As duas folhas estão montadas sobre placa de isopor com moldura de madeira (não mostrado).
Dimensões: 67 cm x 94 cm (afastamento da parede - profundidade, aprox. 2 cm)
Ano de produção: cerca 1990/2024.
Desenho inédito.
Essa obra é inédita (nunca foi exposta).
O desenho foi elaborado sobre duas folhas de papel canson que são montados sobre um dispositivo de apresentação (uma placa de isopor com moldura de madeira) que suspende o desenho no ar e o afasta da parede. O trabalho foi executado em aprox. 1990, e terminada em 2024.
Sobre procedimentos artísticas de pesquisa
Reaproveitamento das sobras do cotidiano: O procedimento de mostrar desenhos antigos da minha autoria, bem como a apropriação de objetos domésticos, para essa instalação, está relacionado a meu projeto de pesquisa e o conceito de sobras do cotidiano e a tática de reaproveitar materiais, ou objetos da praia e da minha casa, por meio da arte. Meus projetos, que versam sobre a arte e a ecologia, tentam "reciclar" ou melhor, "reaproveitar" de tudo que "sobra" de nosso cotidiano, evitando sua nomeação e julgamento (juízo de gosto) como "lixo" ou "sem valor" ou "não arte". O reaproveitamento é também tática para aumentar a visibilidade e a circulação de obras guardados numa casa (ou num acervo).
Foto: Daniel Moura.
11. Moldagem escultórica (escultura), 2024, inédito.
Vista de cima: Moldagem de sobras do Laranjal 1, Foto Daniel Moura.
Moldagem de sobras do Laranjal 1, Foto Daniel Moura.
Moldagem de sobras do Laranjal 1
Moldagem escultórica de parafina,
detritos da praia e vidro
Dimensões: 30 cm x 33 cm x 34 cm
Escultura inédita.
2024
Vista de cima da instalação na exposição Olhar ao sul com o trabalho Moldagem de sobras do Laranjal 1. Foto: Daniel Moura.
Relação com linha de pesquisa: "Processos criativos e poéticas do cotidiano":
A disposição dos objetos e imagens na instalação tem objetivo de criar um fluxo visual de detritos e registros da praia de Laranjal que se conectam visualmente por meio da disposição das dobras do tapume laranja (encontrado em Laranjal).
Todos os objetos e imagens que compõem a instalação são índices do lugar, e não somente aludam ao ambiente praiano. São detritos e registros 'catados' em Laranjal, durante a Caminhada performativa: Ação de Limpeza em Laranjal de 2023 ou durante ações coletivas anteriores (ver cartaz em: https://www.instagram.com/p/C5Dj9EVAXGC/ ).
Apresentação na instalação: Moldagem de sobras do Laranjal 1 tem disposição no chão. A escultura foi elaborada para ser um "dispositivo de apresentação poética" para uma colagem/fotomontagem de 2018 (ver trabalho 12, a seguir).
12. Colagem/fotomontagem, 2018.
Sacola-chips-corporificada
Fotomontagem/colagem.
Colagem de fotografia (impressa a laser sobre papel reciclado) com recorte vazado, colada sobre embalagem plástica (detrito do Laranjal), cola.
Tamanho A4.
2018.
Detalhe da instalação.
13. Moldagem escultórica (escultura), 2024, inédito.
Vista frontal do trabalho: Moldagem de sobras do Laranjal 2. Foto Daniel Moura.
Vista posterior do trabalho: Moldagem de sobras do Laranjal 2. Foto Daniel Moura.
Moldagem de sobras do Laranjal 2
Moldagem escultórica de parafina, areia, detritos da praia, papelão e vidro.
Dimensões: 23 cm x 34 cm x 25 cm
Escultura inédita
2024
Disposição e função poética da escultura na instalação:
Na instalação, o trabalho Moldagem de sobras do Laranjal 2 está disposto no chão. A escultura faz parte do fluxo visual de objetos e imagens de Laranjal no chão que se deslocam como um percurso ondulento, ao longo da parede e dos cantos da sala de exposições Antônio Caringi da Casarão 2 da SECULTPel. A posição e orientação espacial do trabalho mudaram durante a exposição, em função da limpeza do local.
O trabalho foi elaborado para ser um 'dispositivo de apresentação poética' da imagem Sacola-corporificada-100% reciclável 5Ppolipropileno, produzida em 2018 (ver trabalho 14, abaixo).
14. Colagem/fotomontagem, 2018.
Sacola-corporificada-100% reciclável 5Ppolipropileno
Fotomontagem/colagem de fotografia (impressa a laser sobre papel reciclado), com recorte vazado, e colada sobre embalagem de polipropileno, cola.
Obra não inédita.
2018
2a Edição: O trabalho Sacola-corporificada-100% reciclável 5Ppolipropileno foi apresentado anteriormente na exposição coletiva Este trabalho foi apresentada em 2018 na exposição coletiva Sobras do cotidiano: Deslocc...amentos, meio ambiente, poéticas de resistência, no Hello Hostel, Pelotas-RS, mas não está registrado no catálogo. O trabalho faz parte da série Caminhos do lixo, ver portfólio dessa serie em: https://issuu.com/alicemon/docs/portofolio_alicemonsell-os-caminhos-do-lixo1-9-20e