domingo, 25 de março de 2018

2017 Todos os segredos fora da caixa/A leitura dos Segredos em Voz Alta apresentada na II EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE ARTE E GÊNERO, Museu de Arqueologia e Etnologia _MARquÊ da UFSC, Campus Trindade, Florianòpolis, SC, Brasil. Performance and Instalação, Catalogo.

Produção de Alice Monsell vinculado ao projeto de pesquisa Sobras do Cotidiano e da Arte (8171 UFPel) 


instalação propositiva e performance: 

Titulo: Todos os segredos fora da caixa -Florianópolis e A leitura dos segredos em voz alta

II Exposição Internacional de Arte e Gênerohttp://www.fazendogenero.ufsc.br/wwc2017/

Link Catálogo: 
II  Exposição Internacional de Arte e Gênero, MARquÊ, UFSC, Florianópolis, SC, de 31 de julho a 30 de agosto de 2017, disponível em: 



 
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título: 
Todos os segredos fora da caixa / 
A leitura dos segredos em Voz Alta

instalação propositiva / performance 

Alice Monsell 
Uma proposta em duas partes, instalação participativa e performance

ano de produção 2017. 

Descrição: 

Esta proposta foi apresentada em duas etapas na exposição coletiva II Exposição Internacional de Artes e Gênero. 

 Primeira a instalação de bolsas foi apresentada no chão e costuradas junto manualmente usando cobertores para assegurar em pé e aberta. As bolsas foram dispostas de modo que suas "bocas" ficassem abertas e funcionam como recipientes onde o participante possa depositar uma mensagem escrita - um segredo. 

Foram disponibilizadas papéis, canetas, lápis, fichas,  batom, espelho, pente, pranchas e tatames para sentar no chão e escrever uma mensagem, contar um segredo ou ler os segredos de outrem. 

Uma versão desta proposta  foi apresentada anteriormente com as bolsas na parede em 2016 na exposição "Transgressões da Pandora" na galeria A SALA do Centro de Artes da UFPel em 2016 (mas não existia ainda a performance que foi apresentada pela primeira vez em Florianópolis). 

A foto no catálogo de Florianópolis, 2017 mostra a versão anterior da instalação (2016), catálogo disponível em:  http://www.wwc2017.eventos.dype.com.br/download/download?ID_DOWNLOAD=61 

 e também em 

https://issuu.com/alicemon/docs/2017_2a_exposi__o_intl_arte-e-egenero-fazendo-gene


Imagens da instalação propositiva  de 2017
 a seguir: 

foto Alice Monsell 
A instalação é um dispositivo para coletar os segredos e também é modo de ofertar os escritos para a leitra do público ao longo da exposição. A noção de "Escrito de si" em Foucault foi comparado e num texto que discute a proposta. 

Todos os segredos fora da caixa. Apresentação 2017. Foto Alice Monsell  

Como em todos os trabalhos vinculados ao projeto de pesquisa SOBRAS DO COTIDIANO E DA ARTE, utilizo materiais reaproveitáveis, matéria de segunda mão e nunca matéria prima, a maioria dos materiais vem da minha casa.  

A noção de "sobra do cotidiano" aqui ganha outra significação, além de se referir às bolsas aqui apresentadas que são bolsas usadas e não nova. O que sobra de nossa cotidiano é muito além dos bens materiais,  se pensarmos sobre o que sobra em nossas vidas. 

Foto Alice Monsell  



Foto Alice Monsell  

O que sobra pode ser um segredo que está sobrando, transbordando das bolsas bocas, onde se esconde ou quer se revelar, sobras da memória, do mal tratamento, da necessidade de justiça na denúncia. A palavra mantido em silêncio precisa ser transformada, reciclada, se tornar outra coisa.  


Cerca de 47 mensagens foram deixadas nas bolsas - estas mensagens foram lidas em voz alta posteriormente no dia 1 de agosto de 2017 às 16h. Foto Alice Monsell  


Acredito que a maioria das pessoas sabiam que seu segredo seria lido em público e espero que foi um alívio. Uma pessoa escreveu seu nome, mas não li os nomes em voz alta (não deixa de ser uma censura inevitável). Muitos segredos são mantidos para proteger alguém. Outros são mantidos em silêncio devido à sensação de vitimação (que o ato de contar o segredo possa transformar em algo mais positivo e libertador - ver meu texto com link embaixo. ). A performance posterior, apresentado dentro da galeria, tinha objetivo de ser libertador e começar um processo de talvez a palavra é "cura". Em outros casos, podemos contar um segredo que não é "nosso" e isto constitui uma denúncia ou uma fofoca.  A leitura dos segredos em voz alta levantou várias dúvidas éticas sobre como estas escritas coletadas poderiam ou se deveriam ser usadas posteriormente (com a sugestão, por exemplo, de ler somente os segredos de outros locais).  

Texto apresentado 13º Congresso Mundos de Mulheres (MM) e 11o Seminario Fazendo Gênero na UFSC. 
SEGREDOS E CONFISSÕES COMO ESCRITOS DE SI QUE SOBRAM DO COTIDIANO E DA CASA  
ERRATA - O titulo está com erro. A palavra "Escritos de si", deve ler-se "Escritas de si", referente ao termo em Foucault. 


Foto Alice Monsell  




Foto Alice Monsell  



Performances cronograma

Stills do performance no dia 1 de agosto de 2017. 


Fotos Jacks Selistre. 

Titulo performance: 

A LEITURA DOS SEGREDOS EM VOZ ALTA 



Foto: Jacks Selistre. 

Foto: Jacks Selistre. 





Foto: Jacks Selistre. 

Foto: Jacks Selistre. 

Foto: Jacks Selistre. 

Foto: Jacks Selistre. 

Foto: Jacks Selistre. 

Foto: Jacks Selistre. 


O que sobra pode ser uma fala

quase soprando no ponto da língua,

como segredo, na boca transborda

ou se guarda como bolsa fechada.   

Quer se revelar,

quer sobrar na memória,

quer reciclar a lembrança e ser lembrado.

Quer falar sobre as sobras

do mal tratamento,

sobre as sobras da violência,

denunciar a necessidade de justiça

ou até fofocar.

 A palavra mantida em silêncio

em algum momento estoura.  

Como segredo, quer se transformar,  

vocalizar, verbalizar,


ser escrita, lida, ouvida. 

Uma sobra como obra de sopro. 

-Eliça Lesmon.



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informações em inglês do site do evento
 Fazendo Gênero 11. 

2nd INTERNATIONAL EXHIBITION OF ART AND GENDER

FAZENDO GÊNERO 11 – 13th WOMEN´S WORLDS CONGRESS

  

Museum of Ethnology and Archeology (MArquE) | Federal University of Santa Catarina (UFSC)

 July 30 to August 30, 2017

  

25 ARTISTIC PROPOSALS – 27 ARTISTS

 

 

Agnes Vilseki

Alexandra Martins

Alice Monsell

Aline Daka

Ana Sabiá

Annie Gonzaga

Bruna Luisa

Cheyenne Luge

Clarissa Borges

Cláudia Paim

Consuelo Schlichta, Clarissa Silva and Elisete Machado

Diane Sbardelotto

Elisa Comandulli

Heloisa Angeli

Itamara Ribeiro

Larissa Schip

Letícia Lima

Lívia Auler

Marielen Baldissera

Mirela Ferraz

Nadia Senna

Natália Rosa

Rosana Bortolin

Sophia Pinheiro

Waleska Timmen

 

Performance Timetable

 

Furor - Mirela Ferraz

Time: 19:30h, Monday, July 31, 2017

Furor addresses the relation of the female body, its sacred ancestralism and its every day oppressions. The artist employs a “poetic violence” to portray the real violence suffered by women, as an aesthetic/political form of protesting against the many silenced deaths that have occurred since the beginning of Brazil’s colonization.

 

They didn’t live happily ever after - Claudia Paim

Time: 16:45, Tuesday, August 01, 2017

Stimulates reflection on the constitution of the female imagination through the concern with standardized and socially acceptable behaviour. The performance examines female choices concerning sexual partners and the roles they play. It focuses on the Brothers’ Grimm story “The Princess and the Frog”, and Paim deconstructs the stereotypical idea of the princess and the frog, questioning the female figure and breaking down prejudices, both metaphorical and actual.

 

The reading of secrets aloud - Alice Monsell

Time: 17:00h, Tuesday, August 01, 2017.

The performance involves the reading aloud of secrets put together under the proposal “All secrets out of the box”, from 2016. The secrets are written on cards and may require the public’s participation to help read them aloud or spread them by whispering. The public also takes part by writing their own secrets on the cards so that they are made public anonymously. As the secrets are revealed, the public versus private debate and the frontiers of this binarism are deconstructed. What secret are you willing to tell?

 

I dance not to forget – Alexandra Martins

Time: 15:00h, Wednesday, August 02, 2017 (before the Women’s March)

The proposal came about when the artist noticed the recurring use of white candles in acts and demonstrations due to the deaths and violence produced by the discrimination against LGBTTIQ people. Cases such as these are increasingly common nationwide in the light of a conservative wave that has promoted these so called “hygienist” actions, which end up naturalising violence and are therefore quickly forgotten. Placing lit candles on the artist’s back shows that the act of standing upright is the action that hurts the most. 

 

 

Judging Committee

 

Rosa Blanca

(Universidad Federal de Santa Maria, Brasil/México)

Curator and Coordinator


Glauco Ferreira

(Universidad Federal de Santa Catarina, Brasil)


Lin Arruda

(Universidad Federal de Santa Catarina, Brasil)


Luciana Gruppelli Loponte

(Universidad Federal de Rio Grande do Sul, Brasil)


Patricia Lessa

(Universidad Estadual de Maringá, Brasil)


Sandro KA

(Universidad Federal de Santa Catarina, Brasil )


Virgínia Villaplana Ruiz

(Universidad de Murcia, Espanha)

 

 

source :

Information in English at site of the event Fazendo Gênero 11/13o Mundo das Mulheres, acesse: http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=478






2017 DeslOCC AS PAISAGENS COTIDIANAS. Exposição coletiva, local: A SALA-Galeria do Centro de Artes da UFPel, Mostra de Videos e Impressos, Conversas, Alunos da disciplina Paisagens Cotidianas e Dispositivos de Compartilhamento do PPGAVI Mestrado do CA/UFPel, pelos integrantes do Grupo de Pesquisa DESLOCC- Deslocamentos, observâncias e cartografias contemporâneas CNPq/UFPel, Participação Alice Monsell




 HOMEPAGE http://deslocc.blogspot.com.br/2017/02/encontromostra-deslocc-as-paisagens.html

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1579635762048617&set=g.216798841774334&type=1&theater&ifg=1




Caminhos do lixo.   Deslocamento do lixo visto da minha sacada em Pelotas. 2012. Alice Monsell , 10 x 15cm, desenho  (múltiplo)  papel, impressão  digital. 







sábado, 24 de março de 2018

2017 ARTE + ARTE: Arte e Política, Olhares Contemporâneos, 11a. edição, realização Associação Chico Lisboa, de 14 de setembro a 20 de outubro, na Galeria de Arte do DMAE, Prefeitura de Porto Alegre, RS. exposição coletiva, Alice Monsell apresentou uma Domesticação do Espaço DMAE com Desenhos (Caminhos do lixo), uma produção do projeto de pesquisa SOBRAS DO COTIDIANO E DA ARTE: Contextos, reaproveitamento, diálogos e documentação do lixo em deslocamento entre o espaço privado e público(renovação)/UFPel e do Grupo de Pesquisa Deslocamentos, Observâncias e Cartografias Contemporâneas (CNPq/UFPel).

Amassar e jogar fora. 4 desenhos sobre pedaço de madeira de pinho. Pastel seco e lápis sobre papel artesanal de estrume de elefante. 

da série de desenhos: Amassar e jogar fora. 2015  (desenho de registro de papeis jogados fora - estes papéis estão no trabalho  tridimensional, a seguir) 
Reconstruindo o absolutamente inútil. 2008. papel e cola. 

Da série: Caminhos do lixo, Cartografia do caminho do lixo da minha casa.   
banquinho da minha casa com colagem de papel e impressão jato de tinta. 2015 


Caminho dos tocos e caminhão das toras, Rua Conde de Porto Alegre, Centro, Pelotas-RS. 
Desenho lápis grafite sobre papel aquarela rasgada, montado sobre isopor. 2017.
(montagem de registros fotográficos desenhados.
Desenho relata padrões culturais e ambientais, apagamentos, esquecimentos, desaparecimentos....o que sobra...)

vista lateral do isopor que suspende o papel do desenho

Caminhos do lixo. Posto de reciclagem Areal II, Cris-Ceval, zona do Porto, Pelotas-RS. Desenho sobre papel sulfite com impressão a jato de tinta a cores, caneta esferográfica azul e preto, 2015 

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Caminhos aquíferas do lixo:Sobrarmambaia, Marambaia, Rio Grande-RS, perto de Pelotas no canal São Gonçalo.  Papel canson e lapis grafite sobre folha de papel arroz sobre folhas de papel sulfite escrita com lípis e caneta esferográfica.
Alice Monsell, Panoramambaia. Desenho em lápis grafite sobre papel canson muito velho, fotocomposito desenhado de registros de Marambaia em Rio Grande-RS, perto de Pelotas no canal São Gonçalo.   Uma visita coletiva dos membros do Grupo de Pesquisa DeslOCC foi realizada em 2015, de onde emergiu muitos trabalhos variados e que podem ser visto na revista Paralelo 31 num ensaio visual de 2016 ed. 6, ver: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/paralelo/issue/view/595



Alice Monsell.  Os caminhos do lixo: Caminhão do lixo visto da sacada da minha casa, Andrades Neves, Centro, Pelotas-RS. 2015. Caneta esferográfica sobre papel sulfite com impressão jato de tinta. 




Domesticação do DMAE
Detalhe de bonde de Porto Alegre que foi disposta dentro da galeria DMAE (pois, estava num espaço no fundo da galeria). O assento de bonde foi deslocado para o espaço de exposição para criar um ambiente doméstico no canto deste enorme caixa de água que é o DMAE.  A lixeira no cão foi trazida da minha casa e é o "molde" para o objeto tridimensional que pode ser visto no fundo do registro fotográfico (ou seja, a obra: Reconstruindo o absolutamente inútil, colagem-moldagem de papel, 2008, um trabalho do Doutorado (UFRGS).



OBRAS DA EXPOSIÇÃO COLETIVA DE OUTROS ARTISTAS NO DMAE - ARTE + ARTE 2018









Imagens da noite de abertura














Panoramambaia, desenho em grafite sobre papel canson (2012)  reapresentado em prateleira de madeira marcada pela poeira que sobrou quando foram retirados os livros (prateleira com poeira inédita, 2008). 

Domesticação do DMAE, Alice Monsell 



Mario Schuster na noite da abertura. 

Ambiente criado para apresentar os desenhos, utilizando assentos de bonde antigos de Porto Alegre que se encontravam no DMAE. 

Fiquei muito feliz com a integração dos desenhos no ambiente do DMAE que é um antigo caixa d'água de Porto Alegre. Os desenhos no fundo do canto da sala estão incorporados entre os canos e criam um sistema em fluxo entre o dentro e o fora, entre o conteúdo de lixo na água representado em alguns dos desenhos, ou o fluxo das árvores transportadas de Pelotas a Porto Alegre via caminhões para toras. Estes fluxos de lixo e de toras sugeram processos industriais, consumismo que destroem o meio ambiente, contrabalanciados pelo sistema de manutenção - o DMAE - local/sistema de limpeza e fornecimento da água potável para a cidade: Departamento Municipal de Água e Esgotos. 








Obra de Mario Schuster


Detalhe da ambientação para os desenhos, Alice Monsell, com Francisca no dia da desmontagem. 

Detalhe da ambientação para os desenhos, Alice Monsell 

Detalhe do desenho na parede. grafite sobre canson.